O perigo dos
agrotóxicos para a alimentação saudável
Todos nós
já fomos alertados dos malefícios de uma alimentação a base de carne. O uso
desenfreado de antibióticos, hormônios, a falta de higiene na criação, abate e
transporte destes alimentos, tem sido apontados como bons motivos para mudarmos
nossos hábitos alimentares, optando pela alimentação natural. Além de todos esses
argumentos, conceitos filosóficos e religiosos tem sido largamente difundidos
nos últimos anos, na esperança de conscientizar as pessoas das vantagens de uma
alimentação natural e sem o consumo de animais.
Entretanto,
não é apenas a carne que chega a nossa mesa que merece atenção: Podemos estar consumindo
vegetais contaminados por agrotóxicos.
Os agrotóxicos
Os
conhecidos herbicidas, defensivos agrícolas, pesticidas etc., são usados para
combater pragas que devoram e estragam as plantações. Segundo a ANVISA (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária), o uso intenso de agrotóxicos causa a
degradação dos recursos naturais, que em certos casos chega a ser irreversível,
causando grandes danos ambientais.
Pode-se encontrar agrotóxicos nos vegetais (frutas, verduras, legumes e grãos), café, açucar e mel.
Além disso,
os alimentos provenientes das plantações aonde esses produtos são utilizados, uma
vez contaminados, causam malefícios a quem os ingere. Os sintomas podem variar de
uma simples dor de cabeça, disfunções hormonais, e se ingeridos por muito tempo
podem levar até mesmo ao câncer.
Segundo a
ABRASCO (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) em seu dossiê “Um alerta
sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde”, apresentado no primeiro congresso
mundial de nutrição que ocorreu no Rio de Janeiro (World Nutrition Rio 2012), o
Brasil ocupa à três anos o posto de maior consumidor mundial de agrotóxicos.
Em 2010, a
ANVISA apresentou resultados de uma pesquisa realizada pelo Programa de Análise
de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), mostrando que mais de 50% das
amostras analisadas de diversos alimentos continham algum tipo de contaminação,
como mostra o gráfico:
Entre os
alimentos campeões de contaminação figuram o pimentão, o pepino, o morango e o
alface.
Legislação
A
legislação brasileira é rígida em relação aos agrotóxicos, determinando quais
são proibidos, quais são liberados quanto e como podem ser aplicados, e quanto
esperar antes de realizar a colheita. Entretanto, muitos agricultores ainda
desobedecem as leis, ou por falta de conhecimento, ou por negligência. O
governo tem o dever de elaborar e executar políticas de fiscalização intensiva,
e, dar a devida assistência aos agricultores, gerando novos profissionais
capacitados a usar corretamente os agrotóxicos.
Medidas preventivas
Fique
calmo, não estamos totalmente a mercê dos agrotóxicos! Ainda temos como opção
os alimentos orgânicos, que apesar de mais caros, estão livres destes químicos
e, portanto, praticamente não oferecem riscos a saúde.
Entretanto,
nem sempre podemos nos dispor de alimentos orgânicos, seja por motivos
financeiros, ou por deficiência em sua distribuição. Também não temos como ter
certeza que um alimento está ou não contaminado (salvo casos extremos aonde o
alimento apresenta manchar esbranquiçadas ou forte odor), nesse caso, existem
medidas que podemos adotar como métodos de prevenção, tais como:
- Dar
preferência a compra de frutas e legumes de época, pois quando plantados fora
de época, podem carregar doses maiores de contaminação por agrotóxicos;
- Dar
preferência a produtos nacionais e de sua região;
- Descascar
as frutas, em especial, pêssegos, peras e maçãs, pois alguns resíduos podem
ficar depositados em suas cascas);
- Lavar
bem frutas e verduras e coloca-las em solução com água sanitária (uma colher de
sopa por litro de água), ou em uma solução de água com vinagre (um copo por litro
de água) durane vinte minutos. Lave a seguir em água corrente;
- Ao
chegar do mercado com frutas e legumes, depositá-los em uma solução de 8 gotas de
detergente por litro de água, durante 20 minutos e lavar em água corrente;
- Retirar
as folhas externas das verduras, que em geral, concentram maior resíduo de
agrotóxicos;
- Hortaliças
folhosas, como alface, rúcula, couve e cheiro-verde, apresentam um ciclo curto
de plantio e colheita, e logo, recebem quantidades maiores de agrotóxicos,
prefira sempre os orgânicos destes gêneros.
Os
agrotóxicos estão por aí, e provavelmente vão ficar por muito tempo, até que os
governos e agricultores invistam em formas menos agressivas de plantio, ao
contrário de investir em formas “mais lucrativas”. Mas você também deve fazer a
sua parte! Cabe ao consumidor pressionar o governo e exigir, produtos mais
seguros e saudáveis, livres do perigo de contaminação por agrotóxicos, assim
como preferir produtos com certificação e boas práticas agrícolas. Vamos todos
por uma alimentação saudável e livre de agrotóxicos!
Namastê.
Edmar Souza
Júnior,
aluno do curso de Formação em Terapias Complementares e Holísticas
Fontes e recomendações de leitura:
3 comentários:
Show de bola! Adorei!
Excelente, Parabéns!!!!
Muito Obrigado =)
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